quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Assistindo a Vida III


Escrevi muitas cartas. Elas eram feitas em folhas de cadernos, pintadas com lápis de cor
 e oficialmente lacradas com um adesivo.


Era algo muito simples: seu ser era grafado numa folha de papel e a preciosa mensagem fraternal era eternizada em palavras. Palavras que não iam para uma caixa de e mail, então precisavam ser cuidadosamente guardadas para tempos depois, quando lidas outra vez, trazerem à tona as mesmas lembranças, já saudosas.
Hoje é tudo diferente. Nossos amigos postam suas cartas em nossos murais, vamos curtir e talvez nunca mais ler outra vez. 

Compartilhamos ideias que não são nossas, curtimos coisas que, cá entre nós, nem curtimos de verdade.
São tempos Pós- Modernos e já me sinto antiga por que ninguém mais escreve aquelas cartinhas. Aquelas cartolinas que eu enfeitava com papel crepom se tornaram belos slides. As horas na biblioteca passando livros à limpo se tornaram alguns eficientes minutos no google e os álbuns nas redes sociais são a evolução daquele velho álbum no guarda-roupa, com fotos corroídas pelo tempo, onde você saiu com olhos vermelhos e só descobriu depois das fotos serem reveladas.

Agora é tudo rápido. Vem rápido e por isso passa rápido também. E não podemos negar, isso é maravilhoso! Não podemos viver de saudosismos. Evoluir é natural e necessário, mas sempre fica aquela impressão de que algo bom ficou no passado e não volta mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário