terça-feira, 18 de março de 2014

Um Presente Especial (dia das mães)


Gente! Fui lembrada na página de peças lá no facebook ( já curtiu? https://www.facebook.com/PecasTeatraisGospel?ref=hl )  de que o dia das mães está chegando, então precisamos de peças, não é? rsrsrs  Confesso que há muito tempo não escrevo nada sobre o dia das mães. Encontrei uma peça teatral que data de 15 de fevereiro de 2009 e vou postá-la para vocês. Bem... Ainda está com o meu estilo adolescente de escrever, tendo em vista que foi escrita há 5 anos, vocês vão perceber... Então nos próximos dias vou estar escrevendo uma nova, também sobre mães, assim que estiver pronta coloco aqui. Por enquanto, deixo essa, se alguém se interessar....
Paz de Cristo e até a próxima ;)




UM PRESENTE ESPECIAL

Narração: Há uma história muito antiga que acabei de lembrar, ela possui uma lição de vida tão importante que, embora já não lembre com quem ou onde a história se passou, lembro muito bem o que ela queria dizer. Foi assim:
Era uma família simples: uma mãe costureira, um pai pedreiro e um filho... O que o filho era mesmo? Ah! Ele era estudante, nada mais normal. Um dia uma tragédia aconteceu. Após uma discursão no trabalho, o pai teve um ataque cardíaco e, infelizmente, faleceu. Agora a mãe era mãe e pai, trabalhava para sustentar a casa sozinha e tinha a missão de fazer a família prosseguir.
(I CENA)
Julieta: O que será de nós agora?
Alberto: Calma mãe, para de chorar. A gente dá uns pulos e se vira.
Julieta: Seu pai era um homem tão bom, isso não podia ter acontecido.
Alberto: Sabe o que ele diria? Que a vida é assim mesmo, que tudo que é vivo está sujeito à morte. Mas eu também não consigo aceitar que ele se foi.
Julieta: Como eu sinto a falta dele...
Alberto: E eu... Mas vamos seguir em frente.
Julieta: É... Deus nos ajude.
Alberto: Deus? Lá vem a senhora com essas coisas! Se Ele gostasse tanto da gente, não teria nos tirado o papai, Ele não podia ter feito isso com a gente!
Julieta: Não culpe Deus, meu filho, tudo tem o seu tempo.
Alberto: Ah! Então a senhora anda lendo a Bíblia, não é?
Julieta: É! A palavra de Deus tem me ajudado e ontem à noite me converti.
Alberto: O quê? Se converteu? RÁ-RÁ-RÁ! Agora é o fim! Era só o que faltava. Só por que o papai morreu tudo agora vai desmoronar nessa casa.
Julieta: Chega Alberto! Que revolta é essa?
Alberto: Isso é traição e o corpo dele nem esfriou ainda, você já faz isso? Se Deus quisesse, o papai estaria aqui.
Julieta: Você não é ninguém para questionar a vontade de Deus.
Alberto: VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COM O PAPAI!
Julieta: E você não pode gritar comigo. Acalme-se! Me converti e não mudarei de opinião, minha vida é do Senhor, Ele é o meu consolo.
Alberto: Mãe! Eu vou sair e quando voltar quero uma decisão.
Julieta: Decisão?
Alberto: Você fica com Deus ou comigo.
Julieta: Alberto!
Alberto: É você quem decide (sai).
Narração: A senhora naquele momento sentiu toda a dor da morte do marido e mais a da perda do filho, afinal, uma decisão ela havia tomado. Ela sem filho seria triste, mas ela sem Deus era nada. Orou, clamou e esperou os resultados.
(II CENA)
Suely: O que você tem, Julieta? Está muito abatida.
Julieta: Hoje tive que tomar uma difícil decisão.
Suely: Difícil? Algum problema? Posso te ajudar?
Julieta: Não, desta vez você não pode me ajudar. O problema é com o Alberto. Hoje eu falei que me converti e agora ele cismou, ou saio da igreja ou ele vai embora de casa.
Suely: Nossa! Que coisa horrível, você não vai mais comigo para a igreja?
Julieta: Ah! Minha amiga, quero te agradecer por ter me levado à igreja. Qual sua opinião?
Suely: Deus está acima de todas as coisas, é bem mais importante que seu filho. Escolha o Senhor e oremos pelo seu filho, o resto deixamos com Deus.
Julieta: Eu já havia tomado esta decisão.
Suely: Que bom.
(entra alberto)
Alberto: Mãe! Já tomou a sua decisão?
Suely: Oi, Alberto...
Alberto: Suely! Sabe... Eu estive pensando, quem terá levado a mamãe à igreja? Ela não iria sozinha. Só cheguei a uma conclusão.
Suely: Fui eu! A casa de Deus é o melhor lugar para se estar. Veja a sua mãe, quanta mudança! Ela está triste, mas Deus será a alegria do...
Alberto: Alegria? Ninguém aqui gostava do papai, afinal? Chega de conversa, mãe, vai continuar na igreja ou vamos continuar do mesmo jeito?
Julieta: Já não quero ser do mesmo jeito, meu filho. Eu quero ser melhor, quero ser melhor por Deus e por você! Vou continuar com Cristo.
Alberto: É uma pena... Vou arrumar minhas coisas. (entra)
Suely: Força! Você tem que ser forte, Julieta, o Senhor será com você.
Julieta: Eu sei, me desculpe Suely, mas preciso ficar sozinha agora.
Suely: Entendo... Mas você não fica sozinha nunca, fique com Deus. (a abraça e sai)
Julieta: Por que, meu Deus? Tantas coisas ruins de uma só vez? Eu não quero murmurar Senhor.... Não quero.
(Alberto aparece com uma mala)
Alberto: Mãe, eu estou levando metade das minhas coisas, o resto eu venho buscar daqui a pouco.
Julieta: Filho...
Alberto: Não me chame de filho, quando você prefere ficar com sua fé! (sai)
Narração: E assim, a mãe continuou em casa orando e o filho foi para algum lugar, não sei mais qual, talvez a casa de um amigo, e depois voltou para buscar a mala que ficou. No entanto ,antes disso, dona Julieta teve a melhor ideia que poderia ter.
(III CENA)
Julieta: Ah! Meu filho! Se você soubesse como é importante pra mim... Mas Deus é mais ainda, a Sua Palavra abriu meus olhos e... É isso! A Palavra de Deus é a única que pode devolver-nos a visão! É o único presente que posso lhe dar agora, ela há de abrir seus olhos também. (pega a bolsa do filho e coloca a Bíblia) Que, quando esse livro for encontrado, você o guarde no coração e que ele mude sua vida, pelo poder do Espírito.
(Entra Alberto)
Alberto: Agora é a despedida, mãe. Siga seu caminho e eu seguirei o meu. Vou sentir sua falta.
Julieta: E por que não fica, meu filho?
Alberto: Você sabe muito bem. Que bom que minhas coisas já estão aqui, assim posso sair logo, sem mais delongas.
Julieta: E pra onde você vai?
Alberto: Pra casa do Leandro.
Julieta: Meu filho, esse garoto não é uma boa companhia, você sabe que ele faz umas coisas erradas e...
Alberto: Você sempre julga meus amigos, não é? E acha que sabe tudo na vida. Acha que sempre está certa, que só posso andar com quem você quer. Mas tenho uma notícia: você está errada e isso acabou! Adeus, mãe. (sai)
Julieta: Ah, meu Deus! Tem misericórdia do meu filho.
Narração: Eu pensei que a história tinha acabado aí, só que, para minha surpresa, a melhor parte ainda estava por vir. Sei que a mãe chorou, clamou... Intercedeu por seu filho noite e dia. Já o menino, foi para a casa de um amigo, mas talvez amigo não seja a palavra certa.
(IV CENA)
Alberto: Leandro... Valeu por ter me acolhido aqui na sua casa.
Leandro: O que é isso? O Leozinho aqui sempre ajuda os amigos
Alberto: Está tudo bem com você?
Leandro: Melhor impossível...
Alberto: Você ainda está usando drogas.
Leandro: Calma colega... Agora eu uso pouco, só estou vendendo.
Alberto: Ah, você virou traficante?
Leandro: Que palavra forte! Só sou um amigo da galera, só facilito as coisas, irmão!
Alberto: Que diferença!
Leandro: Não vai entrar comigo no negócio? Vai me julgar agora?
Alberto: Não vou entrar no negócio não... Mas respeito você, assim como você me respeita, diferentemente da minha mãe.
Leandro: Tua velha é uma onda mesmo cara... Vamo agora ver o que a minha fez pra comer.
Narração: E assim, aquele filho segui por aproximadamente 2 meses, sem se arrepender do que disse à sua mãe ou mesmo de seus atos... A mãe nunca deixou de orar pelo filho. Apesar de todas as ofensas, naquele coração de mãe não havia mágoas, ela o havia perdoado imediatamente e só queria seu bem. Faria qualquer coisa para que ele fosse feliz, menos deixar a Deus, isto não poderia e entregar a vida daquele rapaz ao Senhor se tornou uma constante.
(V CENA)
Leandro: É tão bom não ter nenhuma obrigação, não é, Alberto?
Alberto: É... Sabe Léo... Até que estou começando a gostar dessa vida mole.
Leandro: Vida mole? Isso é vida digna! Mas por que essa mochila nas costas?
Alberto: Pois é o que eu queria falar, estou gostando dessa vida mole, mas não posso mais viver às suas custas, já te dei muito trabalho.
Leandro: E o que você está dizendo?
Alberto: Eu vou procurar outro lugar para ficar, vou levando só essa mochila, mas depois pego o resto das minhas coisas.
Leandro: Você até me magoa assim, eu já disse que pode ficar o tempo que precisar, cara!
Alberto: Você é mesmo um irmão... Foi quem estendeu a mão quando minha mãe me deixou, mas não posso mais...
(Entram dois policiais)
Leandro: O negócio vai sujar!
Alberto: O que foi?
Policial 1: Olhe, é aquele bandido que estamos procurando!
Leandro: Corre, cara!
Alberto: Eu? Porquê?
Leandro: Correeee!!! (Os dois correm mas os policiais conseguem aguarrá-los)
Policial 2: Vamos revista-los (revistam)
Policial 1: Tem droga com esse aqui! (Leandro)
Policial 2: Suspeitava, algeme ele!
Alberto: Ei! Qual é? Eu sou trabalhador, não sei de onde veio isso, eu tenho os meus direitos!
Policial 1: Fica calado, você está preso. E esse aí, tá limpo?
Alberto: Eu? Eu não fiz nada!
Policial 1: É o que todos dizem... Todos são inocentes...
Policial 2: Até que se prove o contrário. Vamos revistar a bolsa. (revistam)
Policial 1: Ei! Aqui tem uma Bíblia!
Alberto: Uma Bíblia?
Leandro: Uma Bíblia? Desde quando você é crente, mano?
Policial 1: Cala a boca, elemento.
Policial 2: Desculpe o constrangimento, rapaz, pegue sua Bíblia.
Leandro: Qual é? Podem levar ele também, eu vou sozinho?
Policial 1: Não tem vergonha? O rapaz é crente e você querendo envolve-lo nas suas infrações. Ele é crente! E não traficante como você. Desculpe irmão, estamos fazendo só o nosso trabalho.
Policial 2: Mas toma cuidado com quem você anda! Onde está sua família?
Alberto: Está... Está em casa... Orando por mim.
Policial 2: Certo... Adeus, então. (saem levando Leandro)
Leandro: Ei! A Bíblia é minha! A Bíblia é minha!


( A PARTIR DAQUI, TUDO O QUE É NARRADO É TAMBÉM ENCENADO AO MESMO TEMPO)

Narração: O filho ficou ali, parado, com a Bíblia na mão, pensativo. Não sabia o que fazer, mão se movia, tinha o olhar perdido, distante. Estava como um ser único no mundo, isolado... Era como se não existisse mais nada, mas... Em um instante, como que voltando à vida que por instantes congelara, ele olhou para a Bíblia que estava em suas mãos. Parecia aquele o mais doce livro do mundo!
Ainda calado, o filho mostrou uma intensa comoção. Ele reconheceu o livro. Pertencia à sua mãe, aquela mulher valorosa que ele havia deixado para trás, ou melhor, deixado para frente, pois ele foi quem regrediu. Mas agora era a hora de voltar para o seu lugar. Agora o filho podia sorrir, e sorriu. Aí sim, voltou correndo para casa (o filho sai de cena).
Logo ele, que pediu que ela abandonasse a própria fé, que apesar de tudo, agora mesmo insistia em abençoá-lo. Sua mãe estava certa sobre tudo. A amizade com que ele achou que contava era uma mentira e o lar era o melhor lugar para estar. Deus não era um inquilino indesejado! Deus é bom! Sua mãe descobriu a amizade Dele primeiro, mas Alberto queria descobri-la também. Chega... É hora de voltar para casa. Mas sua mãe ainda o aceitaria? Que reação ela teria? Merecia ele o amor daquela mulher?
Essas perguntas nem precisam ser respondidas, a mãe tinha a perfeita e sublime capacidade de perdoar, talvez nem magoada estivesse com seu filho. Quem sabe...
(VI CENA: MÃE E FILHO FAZEM O QUE SE FALA NA NARRAÇÃO)
Tudo o que o filho tinha na mente e no coração era o desejo de correr até a sua mãe e lhe dar... (se abraçam e assim permanecem)
UM ABRAÇO...
O ABRAÇO...
Abraço de gratidão, de arrependimento, de saudade, de amor...
Não lembro mais que frases eles trocaram ou que lágrimas derramaram... Não me lembro dos sorrisos, dos olhares, das expressões. Mas guardei o abraço, ele dizia tudo, pois quem o visse não perguntaria mais nada.
Contei essa história inteira, mas não quero que lembrem dela, nem eu lembrarei! Só quero que guardem duas coisas: uma cena e uma frase. A cena é esta: uma mãe, um filho, uma Bíblia e uma abraço; a frase:
FELIZ DIA DAS MÃES
  




 Com amor, A.S.C.
15 de fevereiro de 2009






Nenhum comentário:

Postar um comentário